Uma característica comum a todas as pessoas é a experiência de ser concebido, de ser gestado e de ser parido. Essa é a marca de toda criatura. E é sobre essa marca que podemos entender que somos o resultado do processo de transformação. Vale considerar que desde o estágio inicial de vida, ou seja, durante o processo de formação da pessoa, as percepções dessa nova criatura são adquiridas de forma inominada, mas de fato, experimentada. Mas existe outra marca contida nessa marca que falaremos mais a frente.
Isso quer dizer que a nova criatura, o feto ou o bebê, embora não saiba compreender e sintetizar as sensações, os sentimentos e as emoções, essa tríade será impressa na psique, pois a despeito da memória acessível, essas impressões serão relacionadas no futuro com nomeações convencionais, as quais identificarão as igualdade dos sintomas.
Nesse período, podemos não saber o que é alegria e tristeza, mas podemos senti-las a partir dos estímulos impostos durante o período de gestação. Desse ponto de vista, a mulher e, portanto, a mãe, ganha novo status na organização dos fenômenos existenciais. Sem que isso seja uma pressão de mais responsabilidade a mais, a ideia aqui é compreender os efeitos sobre as criaturas.
Embora haja certa determinação genética, a variedade de possibilidades a partir desses efeitos é gigantesca tornando cada pessoa uma singularidade de impressões e expressões. Portanto, verdadeiras usinas de força para todas as vertentes de valores.
A partir disso, podemos deduzir algo importante para compreender o vazio e a busca incessante pela realização humana. Mas essa realização seria a conexão definitiva? Talvez! Pois o que parece um placebo para essa busca é a adequação e integração ao sistema. E a ausência disso, nos remeteria à exclusão. Aqui não estamos considerando qualquer discussão sobre o que é ou não é válido para a vida.
Sendo assim, o que existe de comum para todas as pessoas que passaram por um estágio de processamento, é a experiência do rejeito. Ou seja, a hora do parto que encerra o beneficiamento e proporciona nova realidade a qual se inicia com a experiência de dores pelos cinco sentidos.
Diante da nova realidade a qual coletiviza a existência, ou seja, o ambiente social, eis que a marca da rejeição se imprime nas criaturas! Portanto a predominância dessa marca é definitiva para a liberdade e para a prisão condicionada que cada um responde diante dos desafios da vida. Implícito existe uma busca pelo superação da rejeição a qual tenta encontrar no meio em que vive a conexão perdida na sua origem.
Então diante da rejeição à rejeição, a pergunta conclusiva é: todas as patologias psíquicas têm origem na rejeição?
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